Um dos lançamentos, que já tem a “cara”
do sucesso, da nossa nova parceira, a Editora Única, “Garota, Interrompida” é
um livro diferente de tudo que eu conheci – diferente de uma maneira boa.
Kaysen nos leva para dar uma volta
por sua cabeça, o resultado é: um dialogo. Durante o livro todo, eu me senti
como se estivesse sentada na frente de Kaysen, ela me explicava as coisas que
passavam por sua mente e tentava entender coisas que aconteciam a sua volta de
uma maneira clara e simples.
Na realidade, o estilo é bem
diferente, Kaysen separa o volume em capítulos que seguem certa cronologia, mas
que estão ligados, muito mais, á ordem mental em que ela organizou o período em
que estava internada. Em alguns momentos a estória propriamente dita é
interrompida, para que reflexões tomem conta das paginas. A perspectiva de
certo ou errado, a definição de tempo e de lógica são bem “elásticas”, você
percebe que tudo é questionável, e essa é uma das partes mais interessantes, por mais que a ciência, e todos os outros tipos, de interpretação do
mundo a nossa volta, existam e sejam bem prováveis, é sempre possível refutar
ou alterar eles na nossa mente. Somos obrigados a saber, é saudável aceitar,
mas nossa mente não esta totalmente presa a eles.
È claro que existe todo um
contexto, um conflito: As colegas de Kaysen estavam realmente loucas ou era o
mundo que estava? Essa loucura é fruto apenas da mente delas, ou é o produto de
toda uma série de problemas e conceitos ultrapassados da sociedade? Será que
hoje as pessoas estão mais sãs, e longe da internação?
O livro é aberto a diversas
interpretações, cada leitor vai prestar mais atenção em alguma parte e elegera
diferentes trechos como seus favoritos. È uma leitura rápida, simples e gostosa,
e ainda tem o filme, nunca é a mesma coisa, mas é legal conhecer.
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