Clássico da literatura nacional, “Grande
Sertão: Veredas” é um livro que surpreende, ora por seus questionamentos,
verdadeiramente filosóficos, ora por ser uma aventura que chega a tocar a
fantasia.
Literatura brasileira ainda é um
“bicho estranho” para a maioria das pessoas, principalmente a clássica, ao invés
de tentarmos descobrir os grandes livros do nosso país, ficamos presos a
conceitos e listas internacionais. “Grande Sertão: Veredas” não é um livro de
leitura muito fácil: é difícil “pegar” ele, mas quando pegamos o ritmo, é
possível se maravilhar com uma estória cheia de significados, grandes vilões e
heróis, que tinha tudo para acontecer em terras de além-mar ou em lugares
fantásticos, mas que foi desenvolvida e pensada aqui, em puro solo brasileiro.
Nela temos Riobaldo, jagunço valente, bom de tiro, que se encontra com o amor e
com o ódio em uma perseguição por vingança. O livro podia ser só isso, mas é
muito mais, a cultura, e os costumes do povo, são mostrados e revirados, os
pensamentos e medos de Riobaldo são explicados, “reexplicados”, esmiuçados,
suas duvidas se tornam nossas duvidas. O livro é todo contado por Riobaldo, que
teria uma pergunta a fazer no final dela para o seu ouvinte, a pergunta não é
feita, mas ao recontar a história muito é descoberto, e acho que não restam
duvidas em torno de qualquer questão.
Tenham paciência no começo e o fim
os recompensará, o livro esta repleto de personagens “exóticos” e estórias bem
interessantes.
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