Uma surpresa agradável do catalogo da Editora Única, Os
Filhos de Odin é um livro de mitologia, que abrange principalmente o declínio
de Asgard, ou Ragnarök.
Eu pessoalmente gosto muito de mitologia – tenho um amor
especial pela Celta – e por isso achei meio triste o argumento de capa para a
compra do livro: “Os mitos que deram origem aos quadrinhos e filmes da MARVEL”.
Poxa, é um livro de mitologia Nórdica, a um preço acessível, eu não tenho nada
contra a Marvel, eu amo a Marvel, mas achei o argumento bem superficial. Pois
bem, o livro é dividido em 4 partes: na primeira parte são apresentados os
personagens, seus parceiros, e algumas estórias sobre eles; na segunda parte
ocorrem alguns fatos ligados que começam a preocupar Odin, é também nessa parte
que Odin perde o olho em busca de sabedoria; na terceira parte existe um
declínio mais acentuado do poder de Asgard, graças a fatos anteriores um
morador indesejado passa a viver próximo aos deuses, e também nesta parte que
as valquírias são introduzidas na estória; na quarta parte os deuses quase não
aparecem, voltando somente no ultimo conto, quem predomina este trecho do livro
é Sigurd – a estória dele foi escrita também por J. R. R. Tolkien, e já foi
lançada aqui no Brasil – e todo o período em que viveu.
É interessante como uma parte da estória de Sigurd parece
muito com a lenda da Bela Adormecida, e muito provavelmente uma deriva da
outra. É também importante frisar que por serem lendas antigas muitas vezes
elas não batem entre si – tanto a Nórdica a Celta e até mesmo a Grega – ou
seja, dentro de uma única mitologia podemos encontrar varias versões da mesma
estória, e variações ainda maiores nos deuses e em personagens.
Mais do que tudo, livros que tratam sobre mitologia Nórdica
me fazem pensar no quanto as coisas são finitas e como elas podem ser inevitáveis:
desde o começo Odin sabia sobre o Ragnarök, e sabia quais seriam os sinais e os
deuses que seriam mais decisivos para a sua concretização, e mesmo assim ele
não agiu contra o que ocorreria. Talvez seja necessária muita força de vontade
para mudar o inevitável, e mais força ainda para admitir que algo que se ama
deve deixar de existir para no lugar nascer algo melhor.
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