Um pouco menos centralizado, justamente por tratar de um
conflito entre duas rainhas, de duas coroas diferentes – Isabella de Angoulême
rainha-mãe da Inglaterra, e Blanche de Castella rainha-mãe da França – A
Batalha das Rainhas tornou o contexto histórico muito mais amplo e
interessante, porém se tornou um pouco confuso, o livro foi intercalando
capítulos entre fatos que ocorriam na França e na Inglaterra, mas às vezes dava
a impressão de as “épocas” não se corresponderem muito bem.
É chegada a hora de apresentar as antagonistas desta batalha
história: Isabella de Angoulême já foi uma personagem importante no livro
anterior, O Príncipe das Trevas, viúva de João Sem Terra, Isabella permaneceu
no país até um pouco depois da coroação de seu jovem filho, Henrique III, porém
após ver que na Inglaterra não seria de tão grande importância quanto queria –
pois logo Guilherme Marechal e Hubert de Burgh assumiram a frente do país,
enquanto Henrique ainda não atingia idade e maturidade o suficientes para
assumir o controle da Inglaterra – logo deu um jeito de voltar para perto de
sua terra natal, Angoulême, com o pretexto de levar sua filha, Joana, para se
casar com seu antigo amor, Hugo de Lusignan, nem precisamos dizer que nada
costuma sair como o planejado quando se envolve Isabella. Do outro lado do
embate esta Blanche de Castella, neta de Henrique II e Eleanor da Aquitânia –
por isso houve a tentativa de tomar a Inglaterra no volume anterior: Blanche,
casada com Luís VIII, príncipe da França, por ser neta do casal real também
teria direito ao trono – foi escolhida em detrimento de sua irmã, por Eleonor
da Aquitânia, para ser esposa do filho de Filipe Augusto, rei da França e amigo
de Ricardo Coração de Leão; após um período tranquilo, Blanche se vê em uma
situação parecida com a de Isabella, porém com uma vantagem: ela sim seria
regente da França, e cuidaria para que seu filho, Luís IX assumisse quando
fosse o tempo certo.
Parece extremamente confuso – e realmente é – mas cada um
dos acontecimentos fazem com que além de serem inimigas naturais – a rainha da
Inglaterra e a da França – Blanche e Isabella se tornem ferrenhas adversárias
no jogo de poder. Isabella sempre a mulher de beleza excepcional não deixa
barato o fato de ter que se curvar para Blanche, e Blanche como a rainha
exemplar que desempenhou seu papel como uma verdadeira neta de Eleonor da
Aquitânia não poderia deixar essa “insubordinação” barata.
Senti um pouco a confusão no “compasso” da estória, às vezes
uma parte dela parecia estar muito a frente da outra, porém após tudo entrar em
um ritmo mais tranquilo e períodos mais curtos, as peças se encaixaram melhor.
O livro foi uma “guinada” na série em relação ao anterior, ele é muito mais
dinâmico, e é realmente possível ver a importância dos acordos e casamentos no
contexto geral da trama. Apesar de exigir um pouco mais de atenção, A Batalha
das Rainhas , é um livro que assim como O Prelúdio de Sangue e O Crepúsculo da
Águia, assume um ritmo acelerado, e tão intrigante quanto eles.
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