sábado, 13 de junho de 2015

A Autobiografia de Alice B. Toklas – Gertrude Stein

Como se “autobiografar” sendo que o biografo é diferente do biografado?

Bem, vamos ao início da minha história com Gertrude Stein e talvez vocês possam compreender a escolha de uma autora tão pouco conhecida por aqui, e por um livro tão diferente das minhas leituras – olha, fazia tempo que eu não lia uma biografia.

Eu tive o primeiro contato com o que foi, e quem foi G. Stein no filme Meia-Noite em Paris – escrito e dirigido por Woody Allen –, que conta uma estória bem legal, mas em especial, eu fiquei muito curiosa sobre uma mulher que antes, durante, e após a 1° Guerra Mundial, conseguiu reunir em torno de si uma quantidade incrível de gênios de muitas áreas das artes, como Picasso, Henri Matisse, Gauguin, Georges Braque, Juan Gris, Francis Picabia, Guillaume Apollinaire, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, e outros mais. Essa senhora que reunia em torno de si tantos grandes nomes da história era Gertrude Stein.

Já da para perceber que muito provavelmente um livro escrito por ela seria bem interessante, mas mais do que isso Stein por meio de sua companheira de anos – Alice – constrói quase um relato detalhado do cotidiano de seus amigos, e também através dessa biografia ela acompanha o desenvolvimento de alguns movimentos – como o nascimento do cubismo e também de escritores da “geração perdida” – que se tornariam grandes heranças do século passado, e, com certeza, algo positivo após a 1° Guerra Mundial.

Fora o relato interessantíssimo sobre os artistas, também acompanhamos muito do universo e do modo de compreensão de Stein – que causaram reboliço com suas obras –, e também uma aventura de Alice e Gertrude: durante o período de guerra, ambas trabalharam como voluntarias na F.A.F.F., que era um tipo de “programa de proteção a americanos”.

É importante ter em mente que apesar de a biografia ser de Alice, entramos em contato indireta e diretamente varias vezes com o tino perspicaz de Stein, e que através da companheira conhecemos muito da escritora. O livro não é tão longo, e se você já tem certa simpatia por esse período da história a leitura se mostrara muito fácil, se não, talvez seja a hora de conhecer coisas “novas”.

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