sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Um dia – David Nicholls

"O que quer que aconteça amanhã, tivemos o hoje. A não ser se nos encontrarmos no futuro."
 Estava eu, passeando pela livraria, quando me deparo com o livro de David Nicholls. Admito que sou levada a escolher livros pela imagem e a chamada principal. Como boa publicitária, acredito eu, aprendi que "A imagem diz tudo", e com um simples apelo emocional captamos o interesse das pessoas em adquirir o nosso produto. Voilá, fui captada pela imagem de dois jovens aparentemente muito apaixonados e um título breve porém muito significativo "Um dia". Na hora pensei: "É uma história de amor, que pelo visto não segue os modelos de Nicholas Sparks". Explico o porquê:

Veja bem, quem sou eu, uma eterna romântica que ainda acredita em príncipes e princesas e um "Happy Ending" para todo mundo, falar mal de Nicholas Sparks. JAMAIS! É que os livros dele tem me cansado um pouco a imaginação no quesito "Todo mundo acaba feliz". E a vida real, onde fica?
 Por isso que me interessei pelo título desta obra e fiquei tão fascinada pela história.
 Vamos lá: a história é sobre Emma e Dexter. Eles se conhecem no dia de suas formaturas na faculdade, em 15 de julho de 1988. Conforme você ler cada capítulo, você será transportado para os anos 1989, 1990, 1991 e assim por diante, sempre na mesma fatídica data: 15 de julho. Data esta que serve para contar a vida de ambos ao longo de 20 anos.
 O bacana é que você vivencia os diversos momentos dos dois em várias fases de suas vidas. Fases essas que me vi facilmente nos mesmos dilemas e anseios, e fases que sei que vou viver os mesmos dilemas e anseios. No decorrer do livro, você não entende da onde foi criado esse laço que os une por 20 anos, sendo que cada um segue um caminho e possuem objetivos de vida bem distintos. Mais é a 5 capítulos de acabar o livro que você é surpreendido por um acontecimento daqueles de você ficar encarando o livro por 5 minutos e pensando "WTF????" e daí passar a entender como tudo começou.
 Muito bem narrado e com personagens fortes, principalmente Emma, como sempre, uma guerreira no formato feminino e que ama ler (como não se apaixonar por ela?). Inteligente, sagaz, sempre com uma resposta na ponta da língua. Ela quer mudar o mundo, mais percebe que a única coisa que ela têm que mudar é ela mesma. Simples e um soco de realidade daqueles bem dados. Ler sobre Emma, me fez enxergar que 20 anos não são nada quando não temos 5 minutos com nós mesmos.
 É sim uma história de amor, espere por isso e algumas lágrimas, caso você for um ou uma eterna romântica como eu, mais prepare-se para ser altamente surpreendido por reviravoltas inimagináveis, daquelas de fazer você pensar na sua vida daqui a 20 anos de uma forma simples e pesarosa. Se hoje me fizerem a pergunta que todo mundo já deve ter ouvido uma vez uma vida: "O que você se vê fazendo daqui alguns anos?" eu responderia "O que quer que aconteça amanhã, tivemos o hoje".
 Não posso deixar de comentar sobre alguns cenários desse livro que são de chorar de prazer: Inglaterra, Escócia e minha amada e adorada França!
 Depois de ler o livro e pesquisa-lo na internet, fui descobrir que em 2011 gravaram um filme baseado no mesmo. Ele leva o mesmo título "One Day" e é dirigido por Lone Scherfig e estrelado por Anne Hathaway e Jim Sturgess. Como sempre, o livro é melhor que o filme, até porque, contar 20 anos da vida de duas pessoas em um filme de 107 minutos não é tarefa fácil. Mais vale a pena pelos cenários e pela maravilhosa trilha sonora, que não me canso de ouvir e dançar de olhos fechados com um bom copo de vinho nas mãos, porque vamos combinar uma coisa: Europa e uma história de amor combinam demais com um cálice de vinho tinto.
 Eu gosto muito de adaptações de livros em filmes, porque conseguimos enxergar exatamente como um outro alguém foi transportado para o universo daquela história. Claro que nunca imaginamos a mesma coisa, mais foi ótimo poder vislumbrar em imagens o que eu imaginei sendo a belíssima história de Emma e Dexter. Apaixone-se por essa história também.
 Para finalizar, deixo aqui a frase mais singela e bonita desta obra:

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